Ações trabalhistas: quando vale a pena procurar um acordo

Quando um trabalhador se sente lesado por uma empresa, seja por falta de pagamento de direitos ou condições inadequadas de trabalho, pode buscar a justiça por meio de uma ação trabalhista. Esse processo pode ser longo e estressante, tanto para o empregado quanto para o empregador. Uma das alternativas cada vez mais comuns é o acordo trabalhista, uma solução que visa encerrar o processo de forma mais rápida e vantajosa para ambas as partes. Mas será que sempre vale a pena optar por um acordo?

O que é um acordo trabalhista?

O acordo trabalhista é um entendimento entre empregado e empregador que permite encerrar um processo judicial ou prevenir que ele aconteça. Esse acordo pode ocorrer em qualquer fase do processo, desde antes da abertura da ação até mesmo durante uma audiência na Justiça do Trabalho. O objetivo é encontrar um meio-termo que atenda, pelo menos parcialmente, às demandas do trabalhador, evitando a continuidade do processo e os custos judiciais. Para o empregador, o acordo pode ser uma maneira de economizar com honorários advocatícios e reduzir o risco de uma sentença mais severa. Além de ser uma forma de resolver o conflito de maneira mais rápida, o acordo trabalhista pode proporcionar uma certa previsibilidade para ambas as partes. Enquanto no processo judicial o resultado é incerto e pode variar de acordo com o entendimento do juiz, no acordo as partes têm mais controle sobre o desfecho.

Quando é vantajoso optar pelo acordo?

Nem sempre é fácil decidir se o acordo trabalhista é a melhor escolha. Existem situações em que ele pode ser extremamente vantajoso, e outras em que é preferível seguir com o processo. Vale a pena considerar o acordo quando ambas as partes têm um interesse comum em evitar os custos e o desgaste emocional de um processo longo. Para o trabalhador, o acordo pode representar uma forma de receber o valor que lhe é devido sem a incerteza de uma decisão judicial, que pode demorar meses ou até anos. Já para o empregador, pode ser uma maneira de encerrar o problema com menos impacto financeiro e menos exposição pública. Outro ponto importante é que, em um acordo, há uma maior possibilidade de negociação dos valores e prazos de pagamento. Diferente de uma sentença, em que o juiz determina os valores e as condições, no acordo ambas as partes podem negociar e chegar a um meio-termo que atenda, mesmo que parcialmente, às suas expectativas.

O papel da conciliação nas audiências trabalhistas

A conciliação é uma etapa essencial nas audiências trabalhistas e, muitas vezes, pode levar a um acordo vantajoso para ambos os lados. Antes mesmo de o juiz tomar uma decisão sobre o caso, ele pode sugerir que as partes negociem e tentem chegar a um consenso. Se as partes estiverem dispostas a ceder em alguns pontos, a conciliação pode ser uma solução eficiente e menos desgastante. Inclusive, na Justiça do Trabalho, a conciliação é incentivada e é uma prática bastante comum. É preciso ter cuidado ao entrar em uma conciliação ou acordo. É essencial que o trabalhador esteja ciente de seus direitos e saiba exatamente o que está cedendo ao optar por um acordo. Em alguns casos, aceitar uma proposta muito abaixo do que seria decidido em uma sentença pode significar abrir mão de direitos importantes.

Quais são os riscos de não procurar um acordo?

Embora o acordo possa ser uma boa solução em muitos casos, há situações em que insistir na via judicial pode ser mais vantajoso. Quando o empregador não está disposto a oferecer um valor que seja minimamente justo ou quando há uma grande probabilidade de vitória no processo, pode ser interessante para o trabalhador não aceitar o acordo e deixar que o juiz decida. Isso é especialmente verdade em casos onde o trabalhador tem provas concretas e testemunhas que corroboram sua versão dos fatos. Ainda assim, é importante lembrar que processos judiciais podem se arrastar por anos, o que significa que o trabalhador pode acabar esperando muito tempo para receber uma indenização.

Procurar um acordo trabalhista é, sem dúvida, uma alternativa que deve ser considerada em muitos casos. Ele pode representar uma solução mais rápida, menos estressante e, em muitos casos, mais vantajosa do que prolongar uma ação na Justiça. É fundamental que tanto o empregado quanto o empregador avaliem com cautela as condições oferecidas, levando em consideração o histórico do processo e as possíveis decisões que o juiz poderia tomar.

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Tiago Pereira
OAB/SP 333.562

Advogado especializado nas áreas trabalhista e previdenciária, conhecido por sua atuação competente e dedicada nesses campos do direito. Ele é o criador do portal Advocacia na Prática, uma plataforma voltada para a disseminação de conhecimento jurídico prático, oferecendo artigos, cursos e materiais de apoio para advogados e estudantes de direito. 

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