TST reconhece vínculo empregatício entre entregador e Rappi: O que isso significa?

Você já deve ter pedido comida por meio de aplicativos de delivery como Rappi, Uber Eats ou iFood, certo? A comodidade de escolher seu prato favorito e tê-lo entregue à sua porta é uma revolução na forma como nos alimentamos. Mas o que acontece nos bastidores dessa entrega? Recentemente, uma decisão da 6ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) chamou a atenção de todos, reconhecendo o vínculo empregatício entre um entregador e a Rappi.

Neste artigo você encontrará:

O caso em questão
A Rappi contra-ataca
A Lei Trabalhista em Ação
O Que Isso Significa para os Entregadores e as Empresas de Apps?
Possíveis Implicações para Todos
A Busca por Uma Regulamentação
A Condenação da Uber
Conclusão

O caso em questão

Imagine um entregador que trabalha incansavelmente para entregar pizzas, hambúrgueres e sushi para pessoas famintas. Até aí, tudo normal. Mas, o que tornou esse caso especial foi a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST). O entregador em questão decidiu entrar com uma ação contra a Rappi, alegando que ele era um verdadeiro funcionário da empresa, com direito a todos os benefícios trabalhistas. A decisão não só surpreendeu, mas também abriu um debate relevante sobre as relações entre entregadores e as empresas de aplicativos.

A Rappi contra-ataca

Claro, a Rappi não ficou feliz com essa decisão. A empresa afirmou que discorda totalmente da decisão do TST e que pretende recorrer, ou seja, pedir um novo julgamento do caso. Além disso, eles ressaltaram que já possuem uma decisão favorável da Justiça do Trabalho da 2ª Região que alega a inexistência de vínculo entre a plataforma e os entregadores. Essa decisão ocorreu em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho contra a Rappi.

A Lei Trabalhista em Ação

Para entender melhor essa história, é importante conhecer a lei trabalhista:
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) define um empregado como “toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.” Nesse sentido, a relatora do caso no TST, Kátia Magalhães Arruda, argumentou que o entregador preenchia os critérios que caracterizam um vínculo empregatício, incluindo a prestação de serviço com pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosidade.

No artigo sobre pejotização falamos mais sobre como reconhecer o vínculo empregatício e quais são as características, é só clicar aqui para conferir!

O Que Isso Significa para os Entregadores e as Empresas de Apps?

Agora, você deve estar se perguntando: o que muda na prática? Bem, a resposta é: ainda não sabemos exatamente. A Rappi não é obrigada a tomar nenhuma medida imediata, pois cabe recurso da decisão, ou seja, essa decisão pode ser revista e mudada. No entanto, se o Supremo Tribunal Federal (STF) também reconhecer o vínculo empregatício, a Rappi terá que registrar o entregador na carteira de trabalho, concedendo a ele todos os direitos trabalhistas, como 13º salário, aviso prévio, férias, seguro-desemprego e outros.

Possíveis Implicações para Todos

Essa decisão não é apenas sobre um entregador específico; ela pode afetar muitos outros casos semelhantes. Essa decisão do TST poderia influenciar futuros processos envolvendo entregadores de aplicativos. Se o STF consolidar essa decisão, todos os tribunais deverão segui-la.

A Busca por Uma Regulamentação

Outra possível saída para essa questão seria a regulamentação por lei das condições de trabalho para os entregadores de aplicativos. Atualmente, existem diversos projetos no parlamento em discussão sobre esse tema.

A Condenação da Uber

Vale mencionar que essa não é a primeira vez que uma empresa de aplicativos enfrenta problemas judiciais relacionados aos seus trabalhadores. Recentemente, a Justiça do Trabalho condenou a Uber a pagar R$ 1 bilhão em danos morais coletivos e a assinar as carteiras de trabalho de todos os motoristas cadastrados na plataforma no Brasil. Essa decisão afeta toda a categoria de motoristas e não apenas um indivíduo específico.

Essa decisão no processo contra a uber ainda pode ser recorrida e a decisão pode ser mudada.

Conclusão

O debate sobre o vínculo empregatício entre entregadores e empresas de aplicativos está longe de acabar. A decisão do TST abre portas para possíveis mudanças significativas na forma como esses trabalhadores são tratados no Brasil. Seja por meio de decisões judiciais ou regulamentações legislativas, é fundamental garantir que os direitos dos entregadores sejam respeitados enquanto continuamos a desfrutar da conveniência de nossas refeições entregues à porta. A história está em constante evolução, e estaremos de olho nas próximas reviravoltas. Por enquanto, continue pedindo seu delivery favorito e acompanhando as notícias.

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Tiago Pereira
OAB/SP 333.562

Advogado especializado nas áreas trabalhista e previdenciária, conhecido por sua atuação competente e dedicada nesses campos do direito. Ele é o criador do portal Advocacia na Prática, uma plataforma voltada para a disseminação de conhecimento jurídico prático, oferecendo artigos, cursos e materiais de apoio para advogados e estudantes de direito. 

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